sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A TV E O VÍDEO COMO RECURSO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES ESCOLARES


Segundo Silva (2010), a TV e o vídeo servem como aliados no processo de ensino e aprendizagem.  Ela afirma que tais mídias, “são auxiliares do professor na diversificação/dinamização das aulas, fazendo com que o aluno aprenda diante de uma situação de ensino inovadora e motivadora”. (SILVA, 2010). Entretanto, o educador precisa saber como utilizar esses dois recursos como facilitadores na construção do conhecimento.

TV NA SALA DE AULA

Nunes (2009) atribui ao uso da televisão na sala de aula a vantagem de:

“(...) prolongar o processo de ensino-aprendizagem para além dos muros escolares, pois ao adquirir na escola o hábito de situar as imagens da televisão dentro de um contexto de assimilação e conceituação ativa, ou seja, de análise crítica, a reflexão tenderá a surgir espontaneamente quando assistirem a imagens semelhantes fora da sala de aula, pois é o processo de educação que não se restringe à escola, prolongando-se para os demais ambientes sociais”. (NUNES, 2009).

Nesse sentido, o educador pode propiciar a discussão, o debate e a conscientização das imagens e programas que a televisão transmite, promovendo a análise crítica individual e /ou em conjunto do(s) aluno(s) frente a sua realidade na sociedade onde vive.
A importância em utilizar a televisão em sala de aula como recurso pedagógico está em “formar um telespectador mais crítico e exigente quanto à forma e ao conteúdo da TV” (NUNES, 2009), uma vez que estamos sujeitos a todo o momento à ação da mídia, que influencia, inclusive, a formação social e intelectual de nossos educandos.

UTILIZANDO O VÍDEO

Silva (2010) acredita que:

“Ao utilizar um vídeo, o professor possibilita ao aluno sair da mesmice, romper barreiras e fugir do abstrato, partindo para o real, o concreto, o que vai levá-lo a ter uma aprendizagem mais significativa, fazendo-o relacionar o televisual com o cotidiano”. (SILVA, 2010).

De fato, a utilização do vídeo em sala de aula propicia ao educador construir o conhecimento de forma mais atrativa e descontraída. Além disso, o vídeo pode proporcionar um olhar mais claro e objetivo da história e das relações da humanidade, quando é apresentado a partir de propostas concretas e eficazes para a aprendizagem dos educandos.
Moran (1995) propõe um roteiro com algumas formas de trabalhar com o vídeo na sala de aula. Primeiramente, ele aponta os “usos inadequados” do vídeo em sala de aula:

·         Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor.
·         Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria.
·         Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes.
·         Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos.
·        Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.

A seguir, apresenta algumas “propostas de utilização”, as quais destaco:

·         Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO: Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas.
·         Vídeo como ILUSTRAÇÃO: O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos. A vida se aproxima da escola através do vídeo.
·         Vídeo como SIMULAÇÃO: O vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore -da semente até a maturidade- em poucos segundos.
·        Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO: Vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.

Moran (1995) ainda dá dicas de “como ver o vídeo”, as quais destaco:

Antes da exibição
  • Informar somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios...). Não interpretar antes da exibição, não pré-julgar (para que cada um possa fazer a sua leitura).
  • Checar o vídeo antes. Conhecê-lo. Ver a qualidade da cópia. 
Durante a exibição           
  • Anotar as cenas mais importantes.
  • Se for necessário façar uma pausa para fazer algum comentário.
  • Observar as reações do grupo.
Depois da exibição
  • Rever as cenas mais importantes ou difíceis. Se o vídeo é complexo, exibi-lo uma segunda vez, chamando a atenção para determinadas cenas, para a trilha musical, diálogos, situações.
  • Passar as imagens mais significativas.
  • Observar o som, a música, os efeitos, as frases mais importantes. 

E ainda aponta a algumas análises (análise da linguagem) que podemos fazer após assistir o vídeo, as quais destaco:

  • Que história é contada (reconstrução da história).
  • Como é contada essa história.
  • O que lhe chamou a atenção visualmente.
  • O que destacaria nos diálogos e na música.
  • O que diz claramente esta história.
  • O que contam e representam os personagens.
  • Valores afirmados (como são apresentados a justiça, o trabalho, o amor, o mundo).
  • Como cada participante julga esses valores (concordâncias
    e discordâncias nos sistemas de valores envolvidos).

Dessa forma, penso que o uso da TV e do vídeo como recursos pedagógicos no ambiente escolar é de grande validade para a aprendizagem dos alunos, no entanto, é preciso ter cuidados no momento de preparar aulas com esses recursos.
O educador precisa definir o que pretende com a utilização dessas mídias, quais resultados quer alcançar, organizar esses encontros, ver as condições das salas, dos aparelhos, da escola. Ter a certeza de que o vídeo condiz com sua disciplina, com o assunto que foi discutido anteriormente ou que será discutido posteriormente e principalmente, sentir a necessidade do uso desses recursos como ferramentas que facilitarão o aprendizado dos educandos.


Referências

MORAN, Manuel José. O Vídeo na Sala de Aula. Disponível em: http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm  acesso em 09/10/2012.
NUNES, Roseli Pereira; OLIVEIRA, Cláudia Santos de; FELIZOLA, Matheus Pereira Matos; SOARES, Maria José Nascimento. Aspectos Contemporâneos da Educação: TELEVISÃO E ESCOLA UMA INTERAÇÃO POSSÍVEL. Disponível em: http://www.intercom.org.br/premios/2009/R4-1340-1.pdf  acesso em 09/10/2012.
SILVA, Maria Klirle. Uso da Televisão e do Vídeo como Tecnologias Educacionais na Escola Estadual Professora Benedita de Castro Lima. Disponível em:

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