Segundo Silva (2010), a TV e o vídeo servem
como aliados no processo de ensino e aprendizagem.  Ela afirma que tais mídias, “são auxiliares
do professor na diversificação/dinamização das aulas, fazendo com que o aluno
aprenda diante de uma situação de ensino inovadora e motivadora”. (SILVA,
2010). Entretanto, o educador precisa saber como utilizar esses dois recursos
como facilitadores na construção do conhecimento. 
TV NA SALA DE AULA
Nunes (2009) atribui ao uso da televisão na
sala de aula a vantagem de:
“(...) prolongar o processo de
ensino-aprendizagem para além dos muros escolares, pois ao adquirir na escola o
hábito de situar as imagens da televisão dentro de um contexto de assimilação e
conceituação ativa, ou seja, de análise crítica, a reflexão tenderá a surgir
espontaneamente quando assistirem a imagens semelhantes fora da sala de aula,
pois é o processo de educação que não se restringe à escola, prolongando-se
para os demais ambientes sociais”. (NUNES, 2009).
Nesse sentido, o educador pode propiciar a
discussão, o debate e a conscientização das imagens e programas que a televisão
transmite, promovendo a análise crítica individual e /ou em conjunto do(s)
aluno(s) frente a sua realidade na sociedade onde vive. 
A importância em utilizar a televisão em sala
de aula como recurso pedagógico está em “formar um telespectador mais crítico e
exigente quanto à forma e ao conteúdo da TV” (NUNES, 2009), uma vez que estamos
sujeitos a todo o momento à ação da mídia, que influencia, inclusive, a
formação social e intelectual de nossos educandos.
UTILIZANDO O VÍDEO
Silva (2010) acredita que:
“Ao utilizar um vídeo, o professor
possibilita ao aluno sair da mesmice, romper barreiras e fugir do abstrato,
partindo para o real, o concreto, o que vai levá-lo a ter uma aprendizagem mais
significativa, fazendo-o relacionar o televisual com o cotidiano”. (SILVA,
2010).
De fato, a utilização do vídeo em sala de
aula propicia ao educador construir o conhecimento de forma mais atrativa e
descontraída. Além disso, o vídeo pode proporcionar um olhar mais claro e
objetivo da história e das relações da humanidade, quando é apresentado a
partir de propostas concretas e eficazes para a aprendizagem dos educandos.
Moran (1995) propõe um roteiro com algumas
formas de trabalhar com o vídeo na sala de aula. Primeiramente, ele aponta os
“usos inadequados” do vídeo em sala de aula:
·        
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um
problema inesperado, como ausência do professor. 
·        
Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita
ligação com a matéria. 
·        
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de
descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas,
esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. 
·        
Vídeo-perfeição: Existem professores que
questionam todos os vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou
estéticos. 
·       
Só vídeo: não é satisfatório
didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de
aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.
A seguir, apresenta algumas
“propostas de utilização”, as quais destaco:
·        
Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO: Um bom vídeo é interessantíssimo para
introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para
novos temas. 
·        
Vídeo como ILUSTRAÇÃO: O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a
compor cenários desconhecidos dos alunos. A vida se aproxima da escola através
do vídeo.
·        
Vídeo como SIMULAÇÃO: O vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas
em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo pode mostrar o
crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore -da semente até a
maturidade- em poucos segundos.
·       
Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO: Vídeo que mostra determinado assunto, de
forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema
específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um
tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.
Disponível
em: http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm
Moran
(1995) ainda dá dicas de “como ver o vídeo”, as quais destaco:
Antes
da exibição
- Informar
     somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios...). Não
     interpretar antes da exibição, não pré-julgar (para que cada um possa
     fazer a sua leitura).
 - Checar
     o vídeo antes. Conhecê-lo. Ver a qualidade da cópia. 
 
Durante
a exibição            
- Anotar
     as cenas mais importantes.
 - Se
     for necessário façar uma pausa para fazer algum comentário.
 - Observar
     as reações do grupo.
 
Depois
da exibição
- Rever
     as cenas mais importantes ou difíceis. Se o vídeo é complexo, exibi-lo uma
     segunda vez, chamando a atenção para determinadas cenas, para a trilha musical,
     diálogos, situações.
 - Passar
     as imagens mais significativas.
 - Observar
     o som, a música, os efeitos, as frases mais importantes. 
 
Disponível
em: http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm
E ainda aponta a algumas análises (análise da
linguagem) que podemos fazer após assistir o vídeo, as quais destaco:
- Que história é
     contada (reconstrução da história).
 - Como é contada
     essa história.
 - O que lhe chamou
     a atenção visualmente.
 - O que destacaria
     nos diálogos e na música.
 - O que diz
     claramente esta história.
 - O que contam e
     representam os personagens.
 - Valores
     afirmados (como são apresentados a justiça, o trabalho, o amor, o mundo).
 - Como cada
     participante julga esses valores (concordâncias
e discordâncias nos sistemas de valores envolvidos). 
Disponível
em: http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm
Dessa forma, penso que o uso da TV e do vídeo
como recursos pedagógicos no ambiente escolar é de grande validade para a
aprendizagem dos alunos, no entanto, é preciso ter cuidados no momento de preparar
aulas com esses recursos. 
O educador precisa definir o que pretende com
a utilização dessas mídias, quais resultados quer alcançar, organizar esses
encontros, ver as condições das salas, dos aparelhos, da escola. Ter a certeza
de que o vídeo condiz com sua disciplina, com o assunto que foi discutido
anteriormente ou que será discutido posteriormente e principalmente, sentir a
necessidade do uso desses recursos como ferramentas que facilitarão o
aprendizado dos educandos.
Referências
MORAN,
Manuel José. O Vídeo
na Sala de Aula. Disponível em: http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm  acesso em 09/10/2012.
NUNES, Roseli Pereira; OLIVEIRA, Cláudia
Santos de; FELIZOLA, Matheus Pereira Matos; SOARES, Maria José Nascimento. Aspectos
Contemporâneos da Educação: TELEVISÃO E ESCOLA UMA INTERAÇÃO POSSÍVEL.
Disponível em: http://www.intercom.org.br/premios/2009/R4-1340-1.pdf  acesso em 09/10/2012.
SILVA, Maria Klirle. Uso da Televisão e do Vídeo como Tecnologias
Educacionais na Escola Estadual Professora Benedita de Castro Lima. Disponível
em:







